quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Esporotricose



A esporotricose é uma doença subaguda ou crônica que acomete cães e gatos. É causada por um fungo saprófita dimórfico denominado Sporothrix schenckii. O fungo pode ser encontrado no solo, em madeiras ou restos vegetais e também em tecidos animais sob forma de leveduras. O fungo Sporothrix schenckii acomete diversas espécies de animais domésticos como cães, gatos, suínos, bovinos e equinos. A infecção no homem está diretamente relacionada ao contato com felinos ou com ambientes de criação de animais e frequentemente decorre de traumatismos cutâneos.  A esporotricose é reportada como uma infecção zoonótica transmitida para as pessoas, principalmente pelos gatos, sendo considerada um problema de saúde pública. A doença é mais comum em gatos não castrados em idade reprodutiva. A presença do agente na unha e na pele dos animais, aliada ao acesso a rua e ao habito de disputas territoriais (brigas) ou por fêmeas com outros felinos favorecem a manutenção e a disseminação do agente. A infecção geralmente é adquirida pela inoculação do organismo na pele através de traumatismos com fragmentos vegetais, por arranhadura ou mordedura de animais infectados. Os casos de infecção humana são associados à transmissão pelo contato com material ulcerado de gatos infectados ou por traumatismos (arranhaduras e mordeduras) decorrentes da manipulação desses animais. Os gatos infectados eliminam o microorganismo por diversas secreções e excreções (fezes), esses fatores agravam o risco de infecção de proprietários, criadores e profissionais que manipulam animais de companhia. Depois da inoculação, os fungos invadem os tecidos e se convertem a uma forma de levedura, podendo se propagar pelo local e produzir lesões no local da inoculação, estendendo-se pelos vasos linfáticos regionais e produzindo linfangites e linfadenites, ou ainda se disseminam sistemicamente em hospedeiros imunossuprimidos. A doença apresenta-se sob três formas clínicas principais, a saber: cutâneo-linfática, cutânea e disseminada. Em felinos, frequentemente são observadas as formas cutâneas localizadas e disseminadas em virtude do hábito que os animais dessa espécie têm de cavar buracos e/ou cobrir seus dejetos com terra ou areia, ou de afiar suas garras em troncos de árvores. Os cães dificilmente apresentam a forma sistêmica da doença. Ela só acontece em cães que apresentam quadros de imunossupressão de origem iatrogênica por uso de corticosteróides. O diagnóstico de esporotricose pode ser firmado pela demonstração do microrganismo em exsudatos, por amostras de tecidos pelo isolamento deste por meio de técnicos de cultura ou pela inoculação em animais de laboratórios com material infectado. A visualização direta do microorganismo nos exsudatos de cães não é comum, visto que os fungos são encontrados em baixas quantidades nestes materiais, exceto nos felinos, que em geral possuem microorganismos leveduriformes em abundância. O tratamento da esporotricose cutânea ou cutâneo-linfática são utilizados medicamentos fungicidas ou fungiostáticos. Para o sucesso terapêutico, é necessário que o tratamento prossiga até que as lesões cicatrizem e as culturas sejam negativas. Uma vez que a esporotricose é considerada uma doença de alto risco para a saúde pública, é importante a instituição de medidas profiláticas tais como: uso de luvas na manipulação de animais com lesões suspeitas, tratamento e isolamento dos animais doentes até a completa cicatrização das lesões e desinfecção das instalações com solução de hipoclorito de sódio. Outra medida importante é a castração dos gatos machos que, por circularem pela rua, são mais propensos a brigas que podem causar feridas e acidentalmente abrigar o fungo. 

Por Mariana Diniz, Médica Veterinária e Assistente Técnica da Ourofino Saúde Animal.


Que cuidados podem evitar a transmissão?

Uma boa higienização do ambiente pode ajudar a reduzir a quantidade de fungos dispersos e, assim, novas contaminações. É também importante não manusear demais o animal doente, usar luvas e lavar bem as mãos. É essencial que o diagnóstico seja feito rapidamente e que o animal receba o tratamento adequado. Animais doentes não devem nunca ser abandonados. Se isso acontecer, eles vão espalhar ainda mais a doença. Caso suspeite que seu animal de estimação está com esporotricose, procure um médico veterinário para receber orientações sobre como cuidar dele sem correr o risco de ser também contaminado.Em caso de morte dos animais doentes, não se deve enterrar os corpos, e sim incinerá-los, para evitar que o fungo se espalhe pelo solo

CONSULTE SEMPRE UM MÉDICO VETERINÁRIO E CUIDE DA SAÚDE DOS SEUS ANIMAIS!






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