sábado, 18 de fevereiro de 2012

Hantavirose

A hantavirose é uma doença viral, transmitida principalmente por ratos silvestres, que pode se apresentar nas seguintes formas: febre hemorrágica com síndrome renal e síndrome pulmonar por hantavírus, sendo a segunda a única forma encontrada nas Américas. Foi descrita pela primeira vez no Brasil em 1993 e atualmente registra-se sua ocorrência em vários estados do país, com uma incidência crescente. Já foi detectada nos estados de SP, PA, MG, RS, PR, MT, SC, GO, BA, MA, AM, RN.
A Hantavirose é uma das zoonoses que vem preocupando as autoridades sanitárias de todo o mundo. Sua ocorrência se deve principalmente a distúrbios ecológicos, destacando-se desmatamentos, alterações em ecossistemas associados ao comportamento econômico, social e cultural do homem. A virose surge como um importante problema de saúde pública tanto em zonas rurais como em zonas urbanas.
A transmissão do vírus ao homem se dá de diferentes formas, tais como inalação de aerossóis contaminados, excrementos de roedores (diretamente ao colocar a mão em local contaminado e levar a mão à boca ou indiretamente através de água e alimentos contaminados), mordedura de roedor contaminado, contato direto com mucosas (olhos, boca) e por escoriações na pele, principalmente de trabalhadores rurais sem vestimenta apropriada (sandálias, bermudas, etc.).
Os sintomas são muito variados:
Febre hemorrágica com síndrome renal: período de incubação varia de 7 a 42 dias e infecções subclínicas e oligossintomáticas não são comuns. A evolução clínica é dividida em: febril, hipotensiva, oligúrica, diurética e de convalescência. Inicialmente há a presença de febre alta, calafrios, cefaléia, fotofobia, mialgias, dor abdominal, náuseas e vômito; hiperemia cutânea difusa, atingindo a face, pescoço e região superior do tórax e petéquias no palato mole e axilas. A partir desta fase, é comum a recuperação lenta, mas alguns pacientes podem evoluir com hipotensão e choque. As hemorragias podem ser visualizadas na conjuntiva ocular, na pele e mucosas, no trato digestivo e no sistema nervoso central.

Síndrome cardiopulmonar: o período de incubação estimado é de 0 a 33 dias e apresenta-se como doença febril aguda, sendo caracterizada pelo grave comprometimento cardiovascular e respiratório. Antes do aparecimento do edema pulmonar, são observados alguns sinais clínicos, como febre, mialgia, náuseas, diarréia e com menos freqüência, cefaléia, vômitos, dor abdmonial, dor torácica, sudorese, vertigem, tosse e dispnéia. Pode ocorrer hiperemia conjuntival e congestão facial. Na fase cardiorespiratória há uma progressiva infiltração de líquido e proteínas no interstício e alvéolos pulmonares, levando à taquipnéia, hipoxemia e taquicardia. É comum hipotensão nesta fase da doença, podendo evoluir para choque, acompanhado de grave depressão miocárdica.


PRIMEIRO ATENDIMENTO:
Se houver suspeita de hantavirose o paciente deverá ser encaminhado rapidamente ao hospital de referência (UTI).

Profilaxia
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  • Controlar a presença de roedores, fechando aberturas, desmatando cerca de 50 metros ao redor das casas;
  • Manter os ambientes limpos, evitando deixar alimentos expostos e no chão, colocando-os em embalagens hermeticamente fechadas em prateleiras. No caso de sacos de grãos em chácaras, não deixá-los encostados na parede, sempre em pé e bem fechados;
  • Antes de iniciar a limpeza de abrigos que ficaram por longo tempo fechado, primeiramente abrir as janelas e deixar ventilar por aproximadamente 1 hora, e em seguida molhar o local (usar água com hipoclorito de sódio, e deixar agir por meia hora) antes de varrer, pois o vírus pode permanecer na poeira, evitando-se assim, sua inalação, e ao terminar lavar bem as mãos com água e sabão. Salientando que o manipulador deverá usar vestimenta adequada (luvas e botas de borracha, macacão fechado, máscara protetora, óculos de proteção e chapéu);
  • Garantir a coleta e o destino adequados do lixo.
  • Não se recomendam ações de extermínio/caça aos roedores silvestres, pois isso pode causar um desequilíbrio desta população, levando a movimentações e mudanças de hábitos que aumentam o risco de exposição humana aos excrementos.

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