Por Alexandre Rossi e Tatiane Ichitani.
Quando o seu cão fica sozinho, ele late ou uiva sem parar? Destrói todos os objetos da casa? Faz as necessidades por todos os lados? Lambe as patas ou o rabo até se machucar? Não se alimenta nem bebe água? Saliva muito? Então, seu pet pode estar sofrendo de um problema chamado ansiedade de separação, ou seja, ele não sabe ficar longe de determinados membros da família.
Ansiedade de separação é um comportamento considerado normal nos cachorros, até certo ponto. É indício da necessidade de ter alguém da matilha sempre por perto. Na natureza, sem o grupo, os cães não conseguem sobreviver, pois precisam do outro para caçar, procriar, alimentar-se e defender-se de outros animais.
No entanto, devido à rotina dos dias de hoje, a ansiedade de separação acaba se tornando um problema de comportamento. Os cães ficam, pelo menos, oito horas por dia longe das pessoas com quem convivem, pois seus donos saem para trabalhar. Dessa forma, os cachorros acabam tendo comportamentos que, teoricamente, atrairiam atenção dos outros membros da matilha, como latidos e uivos, ou destroem tudo o que encontram pela frente na tentativa de extravasar a ansiedade. Geralmente, essas atitudes são interpretadas pelo dono como uma forma de “vingança” por ter ficado sozinho, mas não é nada disso.
Em casos de ansiedade de separação, o cão só apresenta esses problemas quando está longe do dono – mesmo quando o proprietário está em casa, mas não está perto do animal.
Além disso, alguns proprietários incentivam o cachorro a ficar o tempo todo junto, no colo, no sofá, na cama etc, contribuindo involuntariamente para aumentar esta dependência do animal. Outro comportamento do dono que é bastante prejudicial é quando o ele faz festa ao chegar ou sair de casa, incentivando ainda mais a ansiedade do cão.
Então, como agir?
Uma das formas de melhorar a ansiedade de separação é tornar as chegadas em casa mais discretas. O dono deve conseguir ignorar o cachorro até que ele se acalme. Assim que notar que ele já está tranquilo, pode lhe fazer um carinho. As saídas também devem ser bem sutis: nada de dramatizar! É importante, neste treino, fazer a dessensibilização de certos comportamentos que acontecem quando o dono sai de casa: pegar as chaves, pendurar a bolsa, colocar os sapatos, abrir a porta etc – tudo isso deve ser feito mesmo quando o proprietário não precisar sair. Assim, o cachorro fica habituado a estas ações sem demonstrar tanta ansiedade, já que nem sempre a saída acontece.
O cão também precisa ser estimulado a ser mais independente. O dono não deve deixar o animal segui-lo pela casa, por exemplo. Aulas de adestramento podem ajudar e muito a ensinar comandos úteis, como o “fica” – essencial no treino de casos como o de ansiedade.
Na ausência do dono, o cão precisa ficar em um ambiente conhecido e que tenha o cheiro do dono. O enriquecimento ambiental também deve ser usado! Distrações como ossinhos e brinquedos (que também tenham o cheiro do proprietário) são boas opções. Petiscos caninos podem ser espalhados pela casa quando o cão for ficar um período sozinho, com o intuito de deixar o animal entretido durante a ausência do dono.
Para os casos mais graves de ansiedade de separação, em que o cão desenvolve comportamentos compulsivos e chega a se auto-mutilar, por exemplo, o ideal é poder contar com auxílio do médico veterinário. O uso de medicamento pode ser eficiente na evolução do tratamento. Porém, sem tratar a parte comportamental, o caso não será resolvido.
Portanto, além do veterinário, é imprescindível realizar uma avaliação comportamental com um adestrador ou especialista em comportamento para complementar o tratamento.
fonte: www.caocidadao.com.br
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